Você é daqueles que sofrem de ansiedade pelo que Deus tem reservado para o novo ano? Ou pertence ao grupo dos mais saudosistas, que dificilmente viverão outra vez um ano tão bom como 1916? Fato é que, quando confiamos na boa e soberana mão de Deus, todo temor acerca do que o ano nos reserva se dissipa e todo vazio se preenche. Nossa perspectiva muda, pois encaramos o dia bom e o mau como obras de Deus (Eclesiastes 7.14).
É verdade que a plena confiança em Deus não agrada nosso paladar tão acostumado aos temperos de nossas próprias receitas, mas cada dia pode ser saboreado, um de cada vez, tal qual nos ensinou o Senhor (Mateus 6.34), e a satisfação de ter vivido este dia não pode ser ofuscada pelo temor antecipado de dias que ainda não nasceram. É disso que meu coração anêmico precisa se alimentar na mesa de Deus. Ao invés de nos afligirmos, como se diz, pela parte vazia do copo, temos de aprender a nos contentar com a parte cheia porque é exatamente o que Deus quis nos dar para beber hoje.
O saudosismo é tolo porque não nos ensina a apreciar a beleza das paisagens enquanto passamos por elas, mas apenas quando as olhamos pelo retrovisor. Assim como também é tola a ansiedade, porque não há sentido em substituir a alegria do presente pela apreensão do futuro. Para que trazer para o hoje o que pertence apenas ao amanhã? No fim, o que cura esses males – apego ao passado ou sofrimento pelo futuro – é a gratidão sincera a Deus no presente. Gratidão que se alegra no que já vivemos; que nos protege de nos frustrarmos com o hoje, o presente de Deus; que nos previne do temor do futuro, pois sabemos que as circunstâncias do futuro são benevolentemente preparadas para nós e, independente de quais sejam, já somos gratos.
Pr. Bruno Ruggeri