A palavra chave do texto de I Pedro 2. 11-25 é submissão. Submissão é uma atitude não aceita por muitos, que não querem submeter-se à ordem de ninguém. Quando usada na Bíblia, é no sentido de reconhecer a autoridade e acatá-la. Não é ser subjugado, humilhado e escravizado. Todo o ser humano deve ser submisso a Deus e às suas determinações porque Ele é o Criador, sustentador e redentor da humanidade. Ao reconhecer que dEle dependemos em tudo e que Ele quer o melhor para cada um de nós, somos obrigados a submeter-nos a Ele sabendo que esta é a melhor atitude para cada um de nós. Benditos os que se submetem inteiramente a Deus!

O apóstolo Pedro, a partir de 2.11, pede-nos, como peregrinos nesta terra – a nossa pátria permanente é o céu –, que nos abstenhamos das concupiscências carnais, tenhamos um procedimento exemplar no meio da sociedade em que vivemos e que nos submetamos a toda autoridade humana.

Quando o apóstolo escreveu sobre o dever de obediência às autoridades e suas leis, o mundo vivia sob o domínio romano e os cristãos estavam sob a ameaça de perseguição, que veio logo depois. E, mesmo assim, deviam obedecer, salvo na adoração ao imperador e outras práticas que feriam a moral cristã.

Nós vivemos num país democrático. Nos é lícito não concordar em tudo com as autoridades e leis do nosso país, mas é nosso dever obedecer, reconhecendo que toda a autoridade emana de Deus. Podemos, por exemplo, achar que os impostos são abusivos, mas devemos cumprir com nossa obrigação com o fisco. O nosso procedimento deve ser exemplar em tudo, para testemunho de nossa fé. No entanto, se qualquer autoridade ou lei que nos obrigue a aceitar ou praticar o que seja contra os ensinos da Palavra de Deus, não podemos obedecer. A nossa lealdade máxima é para com Deus, ainda que tenhamos que sofrer por isto.

Outro aspecto importante tratado por Pedro é o nosso procedimento como empregados. No tempo de Pedro, havia a escravatura, mas o cristianismo nunca pretendeu livrar a sociedade dessa mancha social por meios violentos e revolucionários. As transformações seriam “não por força ou violência, mas pelo Espírito de Deus” (Zacarias 4.6). A ação do cristianismo é semelhante ao fermento, que vai levedando a massa. No tempo próprio, foi abolida a escravatura humana. Ainda que haja hoje, ela é condenada.

Como empregados, devemos ser leais às ordens superiores. Não devemos usar o tempo de trabalho para funções alheias ao serviço. Mesmo tendo patrão perverso, que pode trazer-nos sofrimento, devemos cumprir com o nosso dever. Em todo o sofrimento, devemos lembrar que Cristo sofreu muito mais por nós.

Receive the latest news in your email
Table of content
Related articles