Sábado passado, recebi um vídeo interessante em que, enquanto um violinista tocava uma música alegre e animada, apareceu a legenda: “Prepare-se para recomeçar.” Na sequência, apareceu o texto da música, que começa assim: “Pule da tristeza, deixe o sol maravilhoso banhar as suas decepções e mostre que tudo se renova, até os velhos sonhos…  Vai, pule desse medo e deixe a chuva molhar o seu rosto e despertar velhas emoções…  Você é o terreno fértil onde a natureza deposita a esperança de um mundo melhor.”

Por mais sugestiva que seja essa cantiga, o preparo para recomeçar a vida normal após a pandemia não pode ser feito como o sugerido. Ao sugerir que “o homem é o terreno fértil onde a natureza deposita a esperança de um mundo melhor”, a Natureza é colocada em lugar do Criador de tudo, Deus. A natureza é a obra maravilhosa do nosso Deus, como cada um de nós também é criatura Dele.

Ao terminar a obra da Criação, Deus fez a avaliação: “Então Deus olhou tudo o que tinha feito. Era excelente em todos os aspectos!” (Gênesis 1.31. B. Viva). Ao criar o homem, o Senhor deu-lhe autoridade para “dominar a terra” (Gênesis 1.26 f). O homem foi colocado no jardim especialmente criado por Deus para ele, o Éden (Gênesis 2.8). No Jardim do Éden, a vida era de plena felicidade e assim continuaria para sempre, se o homem permanecesse fiel ao Senhor. A terra só produzia o que era útil e bom. Tudo era perfeito. Mas pela desobediência do homem, ouvindo a voz da serpente, a terra tornou-se maldita: “maldita é a terra por tua causa” (Gênesis 3.17). O profeta Isaías revelou, por inspiração divina: “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que nela habitam tornam-se culpados” (5 e 6).

A humanidade sofre por causa das escolhas e ações erradas (pecaminosas) dos homens. Os homens cometem dois grandes erros: abandonar a Deus, o manancial de águas vivas, e cavar cisternas rotas, filosofias e sabedoria humana (Jeremias 2.13). Para recomeçar certo, é preciso que os homens entendam que Deus é essencial em sua vida. Ele não só é Criador, o Mantenedor, mas também aquele que tem todo o poder para fazer a restauração necessária. Só Ele pode transformar este mundo que tem como príncipe o Maligno. O apóstolo João enfatizou: “Não ameis o mundo e nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora o mundo passa, bem como a sua concupiscência, porém aquele que faz a vontade de Deus permanece eternamente” (I João 2.15 – 17).

Deus traz ou permite que os males venham para que os homens sintam a necessidade de mudança de vida. Os males e grandes catástrofes têm um objetivo corretivo ou disciplinar, como as exortações, repreensões ou castigo dos pais aos seus filhos. O objetivo da disciplina não é fazer sofrer, mas levar a compreender qual o modo correto de agir e viver. Mesmo na disciplina divina, o Senhor revela o amor que Ele tem pelas suas criaturas. Ele quer evitar o mal mais terrível: a condenação eterna (Hebreus 12.4 – 11).

O preparo para o recomeçar deve ter início com a análise profunda de como temos agido e vivido à luz dos ensinos bíblicos. Sabemos que a profecia de Isaías 24 está sendo cumprida: a terra está contaminada por causa dos seus moradores: transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna. Não vemos isso claramente no novo conceito de família? (uniões de mesmo sexo amparadas pelas leis). Na questão do gênero? (“ninguém nasce homem ou mulher, mas cada um vai escolher que gênero deseja ser”). No livre relacionamento sexual aprovado pela maioria? E em muitos outros assuntos.

Para recomeçar certo é preciso voltar-se para Deus, reconhecer os pecados, confessá-los a Ele e pedir o perdão mediante o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário. Se não for assim, o mundo voltará na sua vida anterior de transgressão contra Deus.

Pr. Miguel Horvath

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