Quando viajamos de carro, encontramos avisos dos cuidados que devemos ter ao dirigir, como “Estrada Sinuosa”, “Curva Fechada”, “Trecho Sujeito a Neblina”, “Ponte Estreita”, “Trecho de Muitos Acidentes”, etc. A finalidade desses e de outros avisos é estarmos atentos e evitar um acidente. Paulo, ao escrever aos colossenses, anteviu alguns perigos a que estavam sujeitos. Ele percebeu o perigo que o legalismo, o falso misticismo e o ascetismo poderiam causar àqueles crentes. Ainda hoje, no século XXI, esses perigos ameaçam os que seguem a Jesus Cristo.

O legalismo defende a espiritualidade baseada em obras (o que fazemos ou deixamos de fazer). Nesse sentido, a espiritualidade depende do que o homem é capaz de fazer ou deixar de fazer. No caso de Colossos, os falsos mestres desejavam que os crentes vivessem debaixo da lei, com regras de abstinência de alimentos, guarda de dias especiais, etc. No entanto, nós já vimos que “Cristo vos chamou para a liberdade. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a um jugo da escravidão” (Gálatas 5.1). A obra de Cristo acabou com o legalismo. Ele é o fim da lei (Romanos 10.4). A lei já cumpriu o seu propósito ao conduzir-nos a Cristo (Romanos 8.1 e 2).

O outro perigo que os colossenses enfrentavam era o falso misticismo. O misticismo, em sua definição mais básica, consiste no contato com algum ser ou poder mais elevado do que o próprio indivíduo. O contato com Deus, que se importa com os homens, e com quem podemos nos relacionar, mediante o sacrifício de Jesus Cristo e com a presença do Espírito Santo em nós, pode ser definido como o verdadeiro misticismo. O falso misticismo supõe o contato com poderes sobre-humanos, como anjos, forças demoníacas, elementos da natureza, entre outros. O apóstolo lançou o grito de advertência: “Ninguém seja árbitro contra vós, fingindo humildade ou culto aos anjos, baseando-se em coisas que tenha visto, inutilmente arrogante em seu conhecimento carnal” (Colossenses 2.18). Esse perigo persiste até hoje no meio ‘chamado’ evangélico, em que as Escrituras são colocadas em segundo plano, atendo-se em visões e revelações. Mas, como Paulo afirmou, Cristo é a Cabeça e Ele é única autoridade a ser seguida e obedecida.

O terceiro perigo consistia e consiste no ascetismo, que é um tipo de moral filosófica que prega o desprezo ao corpo e às sensações corporais e que tende a assegurar, pelos sofrimentos físicos, o triunfo do espírito sobre os instintos e paixões. Na intenção de promover a espiritualidade, se criam regras humanas, como “Não toques, não proves, não manuseies”, que têm aparência de sabedoria, em falsa devoção e severidade para com o corpo, mas que não têm valor algum no combate aos desejos da carne (Colossenses 2.21 – 23). Somente o sacrifício de Cristo realizado no Calvário é eficaz para nossa salvação e santificação (Hebreus 10.14 – 18).

Pr. Miguel Horvath

Receive the latest news in your email
Table of content
Related articles