Você já reparou em quem são as pessoas que, normalmente, têm coração endurecido ao evangelho? Não tenho pretensão de ser científico na análise ou de generalizar – até porque conheço muitos exemplos que mostram o contrário. Porém, tenho observado que são aqueles que cresceram em famílias evangélicas. Talvez, os desajustes da própria família contribuam para isso. Ou, talvez, por terem convivido próximos demais ao povo de Deus, sempre ouvindo os ensinamentos, acomodaram-se e perderam de vista a beleza singular que há no evangelho.

Eles nutrem admiração secreta pelo mundo e sentem forte atração pelo pecado, afinal, nunca se viram enredados nele. Tornam-se como o filho mais velho da parábola do filho pródigo, que se mostrou tão (ou mais) perdido quanto seu irmão mais novo, embora sempre estivesse perto do pai.

Em contrapartida, os crentes que não vêm de família cristã, normalmente, trazem cicatrizes de mazelas sofridas pelos pecados, da época em que viviam distantes do Senhor. Assim, possuem amor intenso por Jesus e pelo evangelho. São sedentos por aprender e tendem a ser urgentes em seu relacionamento com Deus e com a igreja.

Enquanto aqueles se assemelham ao religioso que, sentado, confortavelmente, à sua mesa, não ofereceu a Jesus a devida hospitalidade, nutrindo em seu íntimo queixas a respeito dele; esses se assemelham à mulher adúltera a qual se derramou aos pés de Jesus, em lágrimas, agradecida pela libertação que o evangelho lhe trouxe (Lucas 7.36-50). Nisso, se confirma a famosa frase de Thomas Watson: “enquanto o pecado não for amargo, Cristo jamais será doce”.

Pr. Bruno Ruggeri

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