“Eles não são do mundo, como também Eu não sou” ainda que vivendo no mundo.

Como as línguas vivas são dinâmicas, as palavras, com o passar do tempo, vão tomando novas conotações. Muitas vezes o sentido original perde completamente o sentido tempos depois. Entre os inúmeros casos, está a palavra santo e mesmo santidade. Santo, no seu sentido original, tem como significado “separado de, dedicado a”. Assim, lemos que havia o lugar santo, vasos santos, isto é, um lugar separado e dedicado para um determinado fim; ou vasos separados do uso comum para uso específico. O homem santo, no sentido original, é aquele que é separado do mundo e dedicado a Deus. Santidade é, inicialmente, “1. um atributo de Deus, pelo qual é moralmente puro e perfeito, separado e acima do que é mau e imperfeito (Êxodo 15.11; Salmos 29.2; Hebreus 12.10); 2. qualidade do membro do povo de Deus que o leva a separar-se dos pagãos, a não seguir os maus costumes deste mundo, a pertencer somente a Deus e ser completamente fiel a Ele (I Tessalonicense 3.13)” – Dicionário da Bíblia de Almeida.

No Novo Testamento, quando se fala em santo ou santos, de um modo geral, a referência é aos salvos, os nascidos de novo ou regenerados pelo sangue de Cristo, tanto assim que o apóstolo Paulo, na 2ª carta aos Coríntios 1.1, diz: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia”. A citação “os santos” é aos que estão na Acaia e não no céu ou qualquer imagem. Há muitas outras referências indicando que os chamados santos são os crentes em Cristo Jesus (portanto, os que viviam).

Santo não quer dizer perfeito, sem pecado ou quem faça qualquer milagre. Santo é todo aquele que, ao aceitar Cristo Jesus como seu Salvador pessoal, separa-se das coisas mundanas e consagra a sua vida para a honra e glória do Senhor. Como Jesus, em sua oração sacerdotal (João 17.15 e 16), pediu ao Pai: “Não oro para que os tire do mundo, mas, sim, para que os protejas do príncipe deste mundo. Eles não são do mundo, como Eu também não sou”.

Ser santo, portanto, mesmo vivendo neste mundo terreno, liderado por Satanás, é agir e viver de acordo com a vontade de Deus, conforme expressa na Sua Palavra. O estilo de vida do santo deve ser pautado pela obediência aos princípios bíblicos. Daí a necessidade do conhecimento bíblico pela leitura, meditação e mensagens de servos fiéis.

Quando lemos, no Velho Testamento, que os israelitas não deviam associar-se com os gentios, muito menos casar-se com gentios, era exatamente para que eles não fossem levados à prática de vida pecaminosa deles e nem adorarem e servirem a outros deuses. Pela leitura bíblica, encontramos a desobediência a esta ordem do Senhor e, consequentemente, à imitação do modo de viver dos gentios. Israel foi escolhido por Deus para ser uma nação santa (separada do modo de viver das outras nações) e, com isto, servir como testemunha do que Deus deseja aos homens.

Hoje, no século 21, com todos os meios de comunicação, a força do mundo liderado por Satanás, exerce uma pressão muito grande sobre os santos quanto ao estilo de vida. É preciso que sejamos como Noé ou Ló, que, vivendo em ambientes dominados pelo pecado, não aceitavam o modo de viver daquelas sociedades (Gênesis 6.9 – 13; II Pedro 2.8). Pedro declara que Ló afligia sua alma todos os dias por causa da vida depravada de Sodoma. Temos que repudiar todas as coisas em nossa vida que o mundo acha normal, mas que são contrárias à vontade de Deus.

Lembremos que estamos no mundo, mas não somos do mundo, somos separados das práticas do mundo – portanto, santos – e em comunhão com Deus em todos os momentos de nossa vida.

Pr. Miguel Horvath

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