“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” – Romanos 11.33 e 34
Estamos vivendo dias de incertezas e dúvidas. A maioria dos brasileiros ainda está em quarentena, aguardando, ansiosamente, que esta pandemia seja vencida. A situação econômica do país passa por momentos difíceis. A crise política está crescendo. A visão do presente, especialmente do futuro, preocupa. Poucos, no entanto, apercebem-se de que este mundo não caminha ao léu, entregue à própria sorte. Há alguém que, assentado no Seu trono, está controlando todo o Universo.
É o Ser Supremo por quem “todas as coisas foram criadas, e tudo existe por meio dEle e para Ele. ‘Glória a Deus para sempre!’ Amém” (Romanos 11.36). Ele criou tudo o que existe, inclusive a Terra e seus habitantes (Salmos 24.1). Ao criar todas as coisas, o Todo Poderoso planejou tudo de uma maneira maravilhosa. A sua vontade absoluta será cumprida. “Passará o céu e a Terra, mas as minhas palavras jamais passarão” (Mateus 24.35). “Porque o Senhor cumprirá a Sua palavra sobre a terra e cabalmente e em breve” (Romanos 9. 28). Nos seus designíos, o Senhor permite algumas coisas que não são da sua vontade absoluta, usando-as para a realização de sua vontade plena.
Não há ser humano que possa discernir todos os designíos divinos. Vai além da capacidade humana. Os seus designíos são insondáveis e inescrutáveis os seus caminhos (Romanos 11.33). Cabe ao homem crer e aceitar tudo que Deus tem feito e revelado aos homens. Ele continua no controle de tudo e vai dirigindo a História para a sua conclusão, como Ele planejou. Por isso, o autor de Hebreus nos diz que “Nunca se pode agradar a Deus sem fé, sem confiar nEle. Quem queira ir a Deus, deve crer que existe um Deus e que Ele recompensará àqueles que sinceramente O procuram” (Hebreus 11.6 BV). Há necessidade de confiarmos plenamente em Deus e suas ações.
Temos um exemplo claro dos designíos insondáveis de Deus por meio da história da vida de Jacó e seus filhos (Gênesis 37 – 50). Os irmãos de José tinham inveja e ódio dele por causa dos relatos que ele fazia ao seu pai dos maus feitos deles e por causa dos seus sonhos. Quando chegou o momento favorável, os irmãos prenderam José e o venderam aos ismaelitas que iam ao Egito (o plano inicial deles era matar José, no que foram impedidos por Rubem). José, no Egito, foi vendido como escravo. Passou por momentos terríveis, lançado, injustamente, na prisão pela maldade da esposa de Potifar. Ali, depois de revelar o sonho do copeiro mor de Faraó, sofreu a ingratidão de ser esquecido (pois ainda não era o tempo, faltavam 2 anos). É verdade que, por todo este tempo, a bondade de Deus estava presente em sua vida. Treze anos viveu como escravo, quando foi levado para interpretar o sonho de Faraó e elevado ao alto cargo de governador de todo o Egito, tendo apenas Faraó maior do que ele. Veio, então, uma fome geral. Sob sua orientação, o Egito preparou-se para enfrentar a situação, armazenando trigo em abundância, que depois seria vendido a todos. Mais sete anos se passaram, agora com tudo favorável em sua vida. Foi neste momento que seus irmãos descem para comprar trigo e, finalmente, José se revelou a eles. José reconheceu que foi Deus quem o enviou ao Egito, usando a maldade de seus irmãos, para salvar toda a família de seu pai. Trinta anos haviam se passado entre a venda de José e a vinda dos seus irmãos para comprar o trigo. Nos designíos divinos tudo estava traçado com antecedência. Quem poderia pensar que a maldade dos irmãos seria transformada em bênçãos para o cumprimento do plano divino, não só para a vida da família de Jacó, mas também para preparar a nação para a vinda de Jesus?
Na vida terrena de Jesus, temos outro exemplo notável de como Deus usou a maldade das autoridades eclesiásticas judaicas para o cumprimento da promessa feita em Gênesis 3.15 e reafirmadas muitas vezes no Velho Testamento.
Tendo em mente que o Senhor está no controle de tudo, descansemos no Senhor (Salmos 37.7a). Nada de preocupação, pois há alguém, o Senhor de tudo, que está na cabine da História. E Ele nos ama e deseja o melhor para nós. A nossa parte é crer nas ações divinas, ter uma submissão completa e observar todos os seus ensinos. Enfim, tudo, no final, visa o nosso bem.
Para concluir, repetimos o texto , na tradução da Bíblia na Linguagem de hoje: “Como são grandes as riquezas de Deus! Como são profundos o seu conhecimento e sua sabedoria! Quem pode explicar as suas decisões? Quem pode entender seus planos? Como dizem as Escrituras Sagradas: ‘Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de Lhe dar conselhos?’”
Pr. Miguel Horvath