Nem sempre o que sabemos e o que sentimos estão em pleno acordo. Se pudéssemos demonstrar graficamente o nosso relacionamento com Deus em termos de saber e sentir, o gráfico seria composto por uma reta, que representaria o que sabemos, e um traço nela sobreposto, subindo e descendo, que representaria o que sentimos. Isso porque a verdade que conhecemos é constante, entretanto nossos sentimentos oscilam ao longo do caminho. Nesse sentido, associo o que sentimos ao que nossos OLHOS veem, e o que sabemos ao que nossa MEMÓRIA mantém aceso.
O ideal é que, em vez de nos guiarmos pelo que sentimos durante o temporal, sejamos guiados pelo que sabemos desde antes da primeira nuvem se formar. Uma passagem bíblica me inspira nesse sentido, 2 Timóteo 2.8-9: “LEMBRE-SE de Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, descendente de Davi, conforme o meu evangelho, pelo qual sofro a ponto de estar preso como criminoso; contudo a palavra de Deus não está presa.” (NVI).
Paulo estava velho, preso em uma masmorra romana fria e escura, aguardando sua sentença de morte, que já era praticamente certa. Isso era o que seus OLHOS viam. Sua MEMÓRIA, porém, estava bem firme no conhecimento de Deus, a ponto de ele se fortalecer e ainda instigar o jovem Timóteo a NÃO SE ESQUECER que:
- Jesus é o Rei (“descendente de Davi”), não César, nas mãos de quem ele foi entregue
- Jesus venceu a morte (“ressuscitado dos mortos”), de modo que seu destino – a morte – não lhe abatia (confira Filipenses 1.21)
- A Palavra de Deus sempre se espalha (“não está presa”), portanto a prisão de um ministro de maneira alguma afetaria o avanço do ministério.
Com essa perspectiva, não há sofrimento que faça um servo de Deus desmoronar! Portanto, valendo-me de uma frase (desconheço o autor), gostaria de lhe pedir: “quando estiver escuro, não se esqueça do que seus olhos viram quando ainda estava claro”.