Em Hebreus 1.1 e 2, lemos: “Havendo Deus, desde a antiguidade, falado, em várias ocasiões e de muitas formas, aos nossos pais, por intermédio dos profetas, nestes últimos tempos, falou-nos mediante Seu Filho – Jesus Cristo – a quem constituiu herdeiro de tudo o que existe e por meio de quem criou o Universo”. Deus falou, no passado, aos homens, assim como continua falado a nós, hoje, de formas variadas, com o propósito de orientá-los e orientar-nos também, quanto à sua e nossa maneira de viver, do modo para o qual foram e nós também fomos criados.

Aos nossos primeiros pais, Adão e Eva, Deus se manifestou de forma visível aos olhos (teofania), no Jardim do Éden (Gênesis 3.8 – 21). Outras vezes, manifestou-se como o “Anjo do Senhor”, como a Gideão ou à mãe de Sansão (Juízes 6.10 – 12; 13.8 e 9). Com os profetas, falava por meio de visões, sonhos e, muitas vezes, face a face, como com Moisés e com Elias (Êxodo 33.17 – 23; I Reis 19.9 – 14). Deus falava e fala ainda hoje por meio das obras da criação (Romanos 1.19 e 20). Sem dúvida alguma, a maior manifestação de Deus aos homens foi através de Jesus Cristo, o próprio Deus fazendo-se homem, trazendo não só a revelação completa de Deus, mas também a salvação a todos quantos quiserem ouvir a Sua voz.

Mas Deus fala também por meio de calamidades, como enchentes, secas, fomes, guerras, pestes e pragas. Deus as traz ou permite com o propósito de chamar a atenção dos homens para a necessidade de arrependimento e mudança da vida errada que estão levando. A maior dessas calamidades foi o dilúvio universal relatado em Gênesis 6 a 8. Antes do dilúvio, Deus falou aos homens daquela época por meio da vida e da pregação de Noé (Gênesis 6.9; I Pedro 3.20). Noé e sua família eram os únicos na Terra que viviam em obediência aos ensinos do Senhor. O texto de Gênesis revela o estado de depravação dos antediluvianos: “A terra se perverteu diante de Deus e encheu-se de violência. Deus observou e viu que a que ponto de perversão havia chegado toda a humanidade, com suas práticas malignas.” – Gênesis 6. 11 e 12

Agora, quando a humanidade inteira está sob a pandemia da Covid-19, Deus está clamando aos nossos ouvidos: “’Ó terra, terra, terra! Ouve a Palavra do Senhor!’ Uma pequena molécula mudou tudo na vida de todos os homens. Todo o poderio humano não pôde impedir a paralização de quase tudo! Os homens que diziam não terem tempo para Deus, os que não queriam reconhecer sua dependência dEle, os que não achavam que precisavam de Deus, agora, por causa dessa pandemia, confinados em casa, recebem esta séria advertência de Deus: ‘Ó terra, terra, terra! Ouve a Palavra do Senhor!’”. Esse alerta é também para nós, que já somos servos do Senhor. É um alerta para fazermos uma reflexão profunda sobre nossa vida cristã. Temos sido, de fato, “servos bons e fiéis”. Será que Deus pode alegrar-se de nossa vida como alegrou-se da vida de Jó? (Jó 1.8).

Que o mundo ouça, por meio de cada um de nós, o apelo divino: “Ó terra, terra, terra! Ouve a Palavra do Senhor!”

Pr. Miguel Horvath

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