Conheci um homem que era financeiramente estável, possuía formação superior, bom emprego… Mas lutava contra o alcoolismo. Converteu-se e foi internado em uma clínica de recuperação. Por Deus, conseguiu largar o álcool, cresceu em conhecimento bíblico, envolveu-se em vários ministérios (inclusive de liderança) e já estava firme há quase cinco anos. Em um dia de muito frio, porém, parou em uma padaria para tomar um café. A fim de se aquecer, pediu para o atendente adicionar só um pouquinho de conhaque. Há necessidade de contar o restante da história? Sua vida nunca mais foi a mesma.
Ele sabia de seu histórico, sabia de sua luta, porém deixou que seu coração falasse mais alto: “você já está forte. O que um pouquinho de conhaque pode fazer contra cinco anos de relacionamento com Deus?”. Lembro-me de um ex-usuário de crack que, referindo-se ao retorno de um amigo para as drogas, disse: “pastor, ele deixou o desejo descer para o coração”. Nunca me esqueci dessa expressão. Todo pecado nasce no íntimo (Mateus 15.1-20), em seguida o acariciamos internamente – em poucos segundos ou em mais tempo – e, por fim, quando o desejo “desce para o coração” (isso é: há confirmação interior), ele vem à tona, torna-se externo (Tiago 1.14-15). Por isso, precisamos vigiar bem o coração (Provérbios 4.23), pois toda batalha é vencida ou perdida ainda no campo do coração. A prática é consequência.
Não podemos evitar o primeiro olhar casual para uma situação pecaminosa, mas podemos evitar o segundo olhar intencional. Que Deus nos proteja e nos dê diariamente um coração piedoso!
Pr. Bruno Ruggeri