Natal é um tempo de contrastes, um tempo em que Deus põe em relevo aquilo que realmente importa.
Natal é o Deus Todo-Poderoso que deixa sua majestade e se faz carne, nessa dimensão, nessa existência, um de nós; o Criador que formou tudo que há por suas palavras, mas que agora balbucia sílabas como um bebê; o dono do Universo que não tem lugar para nascer entre os homens, então vai buscar guarida entre os bichos; o detentor de toda riqueza que, ao vir à luz, é deitado sobre o local onde alimento de animais é posto. Imagine o cheiro daquele lugar.
Natal é a família pobre, como qualquer outra, que recebe o privilégio de criar o Rei; os pastores esquecidos ao relento, mas escolhidos para serem os primeiros a contemplarem a luz de Deus; os magos do oriente, os quais enxergam a presença de Deus antes dos doutrinadores de Israel; o bebê que acaba de nascer, porém recebe presente que se dá a quem acaba de morrer; o velho, já sem forças, que toma o bebê em seus braços e diz a Deus: “agora eu posso morrer em paz, pois os meus olhos já viram a Tua salvação”.
Natal é um golpe em nossos valores, em nossa maneira de pensar, em nosso anseio por conforto e posição. Vinagre sobre nossa ferida aberta do preconceito. Natal é de todos, mas primeiro foi dado a quem não tinha nada. Natal é um realce da humildade, da simplicidade. Natal é, acima de tudo, amor de Deus pelos homens porque Deus decidiu se importar conosco e beber nossa ruína. Não os homens indo até Deus, mas Deus vindo aos homens. Natal é tempo de reaprender a escalonar as prioridades da vida.
Que o seu Natal seja muito feliz! Não por causa dos presentes, mas pela consciência de que Jesus é o grande presente de Deus para nós, pois Ele pode mudar nossa presente condição, seja ela qual for!
Pr. Bruno Ruggeri