O Brasil lamenta e chora a marca atingida no dia 08/08/2020 de mais de cem mil mortos nesta pandemia causada pelo novo coronavírus. De fato, é de se lamentar que tantas vidas foram ceifadas em tão pouco tempo. O sentimento de incapacidade humana em resolver logo o problema causado pelo novo coronavírus, apesar de todo o esforço da ciência, em particular da medicina, mostra, claramente, a limitação do homem. Já houve grandes pestes, com milhões de mortes, mas nenhuma que paralisasse quase todas as atividades humanas. Há pouco mais de seis meses, surgiram os primeiros casos na China e, aos poucos, foi alcançando todos os países. Sem considerar a origem desse mal, com o forte impacto que causou e vem causando, os homens deveriam sentir que, atrás de todos os acontecimentos, há um alerta divino. Olhar para o alto e sentir que há um poder maior do que o humano: o poder de Deus. Voltar-se para Ele, reconhecendo que só o Senhor tem o controle de tudo, não só na Terra, mas também em todo o Universo.
Eis o que diz o Senhor: “Olhem para o céu! Olhem bem para a Terra! O céu vai desaparecer como a fumaça, a Terra vai envelhecer como um pedaço de pano, os homens vão morrer como moscas. Mas a minha salvação permanecerá para sempre; a minha justiça jamais falhará” (Isaías 51.6). Todos os homens deveriam olhar essa pandemia como um alerta divino. Como Jesus afirmou: “Passará o céu e a Terra, porém as minhas palavras não passarão” (Mateus 24.35). Como o dilúvio destruiu todos os seres vivos (com exceção dos que estavam na arca de Noé), há mais de quatro milênios, como Sodoma e Gomorra foram destruídas, como a imbatível Babilônia foi destruída e nunca mais reerguida e como o todo poderoso Império Romano após um milênio de domínio sobre todos os povos, também passaram. Tudo nesta terra passará. Só o que Deus tem planejado não passará; tudo será cumprido. O Senhor avisa aos homens sobre a transitoriedade e fragilidade humana. Tudo deveria levar os olhares humanos para o céu e para a Terra, a fim de reconhecerem que só em Deus há solução certa e segura para tudo.
Grandes tragédias têm acontecido no decorrer da História Humana, sempre como aviso do descontentamento divino diante da desobediência humana. Isaías revela esse sentimento divino diante da atitude dos homens: “Ouve, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Senhor é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim. Até os animais – o boi e o jumento – conhecem e amam o dono, que cuida deles, mas o meu povo Israel, não tem conhecimento, o meu povo não entende.” (Isaías 1.2 e 3). O homem precisa entender que não é auto suficiente, Ele não só foi criado por Deus (Salmos 100.3), como em tudo depende dEle.
A sociedade hodierna, como frisamos anteriormente, está cada dia mais afastada de Deus, como comprova o crescimento da devassidão, algo já revelado pelo apóstolo Paulo, em Romanos 1.18 – 32. Com o avanço científico e tecnológico, o homem quer ser senhor de tudo e em tudo. Há necessidade de reconhecimento, arrependimento e volta a Deus. Ele está pronto a ouvir e sarar esta Terra à medida em que os seres humanos se voltarem para Ele e dispostos a obedecê-Lo.
Além da dor e da tristeza pela morte física de mais de cem mil brasileiros, devemos lamentar muito mais os que, dentre estes mortos, não reconheceram, enquanto viviam, que precisavam de Cristo para a sua salvação e felicidade eterna. Só Deus sabe quantos destes mais de cem mil estavam preparados para o encontro com Deus (Amós 4.12). E com profunda dor sabemos que os que não estavam preparados, já iniciaram o sofrimento eterno, no inferno (Lucas 16.22 e 23; Lucas 16.22 – 24; Mateus 25.41 e 46).
Além da lamentação e tristeza, devemos pedir perdão a Deus pela nossa negligência em falar a todos sobre a única certeza de salvação que há em Cristo e sobre a realidade da condenação eterna de todo aquele que não crê em Cristo (João 3.18). Precisamos tomar a decisão de sermos mais diligentes em anunciar as verdades do Evangelho a todos os homens, sem exceção alguma. Mas para que nossa mensagem seja mais eficiente, é necessário que a nossas vida reflita a luz de Cristo brilhando em cada um de nós.
Pr. Miguel Horvath