Você já teve a experiência de ler a Bíblia e perceber o quanto você se parece com alguns personagens? Essa experiência acontece recorrentemente comigo. A penúltima vez ocorreu quando estava lendo e estudando o livro de Jonas. Como me achei parecido com ele! (se ouviu uma das mensagens da série “Mergulhando em Águas Profundas” sabe do que estou falando). Atualmente, tenho me achado muito parecido com aquele pai de Marcos 9.17 – 29 (dê uma lida no texto antes de prosseguir).

A narrativa fala de um pai em busca de libertação para o filho. Ele foi à pessoa certa (v. 17) – Jesus –, mas, não a encontrando, recorreu a outras pessoas (v. 18), os discípulos. Aqui começa. Às vezes procuro Jesus e, à medida que não o encontro de primeira, acabo recorrendo a inúmeras coisas – técnicas e pessoas.

O texto também mostra que o pai de fato conhece a história de sofrimento do filho e de sua família, e isso é mesmo esperado de todo o pai. Ele também conhecia a fama de Jesus e sabia onde podia encontrá-lo. No entanto, o pai que, inicialmente, busca Jesus, agora parece não ter tanta certeza se Jesus será mesmo capaz de ajudar seu filho (v. 22 – “mas, se podes fazer alguma coisa…”). Infelizmente, algumas vezes, ao olhar as circunstâncias, sou também levado a concluir que Jesus não fará nada e que, talvez, não possa fazer nada (miserável homem que sou…). Por fim, a narrativa mostra Jesus arguindo o pai de tal maneira que ele diz: “Eu creio”, mas logo em seguida ele também diz: “ajuda-me na minha falta de fé”.

Ora bolas, esse homem crê ou não crê!?!? Ele crê, mas como eu e aquela geração incrédula (v. 19), cremos no que vemos, cremos depois das coisas estarem realizadas, cremos se as coisas foram feitas do jeito que queríamos, cremos depois que as circunstâncias ruins foram resolvidas.

Fé não é sinônimo de confissão positiva, de acreditar que tudo vai dar certo, nada disso. Fé é ter certeza que Deus tudo pode, mesmo que Ele não faça tudo conforme queremos ou desejamos. Fé é ter certeza que Deus usa tudo, até mesmo as circunstâncias desafiadoras. Fé é ter certeza que, de fato, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8.28), mesmo que não consigamos explicar todas as coisas.

Por isso, me pareço com ele e peço a Deus: “Ajuda-me na minha falta de fé”.

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