Após o estudo do livro de Jó, desejamos fazer algumas reflexões finais sobre as lições principais que o livro encerra.

A primeira lição que aprendemos diz respeito ao sofrimento humano. Ainda que haja seitas e pessoas afirmando que o sofrimento é apenas uma ilusão, ele é real. Em todo o livro, sentimos a realidade do sofrimento de Jó. Começa com a perda dos bens e dos filhos, se seguindo a dor e o sofrimento de uma terrível enfermidade. Desde que o pecado entrou na vida humana, no Jardim do Éden, as dores e os sofrimentos humanos têm acompanhado a todos. Os que buscam a Deus encontram não só a paz, como a certeza de que Deus está ao seu lado, sempre visando o seu bem. E o conforto maior para os servos do Senhor é “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8.18).

Ainda sobre o sofrimento, devemos ter em mente que nem sempre ele é merecido ou resultado de um pecado, como pensavam os amigos de Jó, os discípulos de Jesus com relação ao cego de nascença (João 9.1 – 3) e como muitos, em todos os tempos, têm pensado. Vimos que pode ser como uma provação ou mesmo para testemunho e glória de Deus. O so­frimento pode ser marca de honra. O sofrimento de Jó não era sinal de ter sido abandonado por Deus, mas, sim, de ser honrado por Ele, pois era, aos olhos de Deus, “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se des­viava do mal” (Jó 1.1, 8; 2.3). Jó tornou-se um protótipo de Cristo, o único verdadeiramente inocente e que assumiu as nossas dores na Cruz.

A segunda lição diz respeito ao consolo aos que sofrem. Não devemos seguir o exemplo negativo dos três amigos de Jó. Devemos evitar palavras que não levem consolo ou declarações sem cabimento numa hora de aflição e sofri­mento, e ouvir os questionamentos e ter sabedoria para o que dizer. Muitas vezes, só a presença, mesmo sem falar, leva consolo ao que sofre. A nossa em­patia leva consolo a quem sofre. A nossa oração também leva alívio.

A terceira lição diz respeito ao mistério que permanece enquanto esti­vermos neste mundo; coisas que só na eternidade saberemos. Jó pouco sabia da realidade após a morte, ainda que soubesse que o seu Redentor vivia e que, por fim, O veria ao seu lado, num vislumbre da ressurreição (Jó 19.23-27). Hoje, à luz do Novo Testamento, temos a certeza da vida além morte, do caminho para o céu e como chegar lá após o fim desta vida. Mas, mesmo sabendo que tudo será maravilhoso, pouco sabemos de todas as coisas na eternidade. Jó também ignorava o que acontecia nas regiões celestiais (Jó 1 e 2). Nós já temos a revelação da batalha espi­ritual que há na esfera espiritual. Sabemos que há luta na dimensão ce­lestial (Deuteronômio 10.11-13; Lucas 22.31-32; Efésios 6.10-18), mas há di­mensões invisíveis que só conheceremos na eternidade.

Encerramos lembrando de que há muitas coisas que não entendemos, mas temos a certeza de que temos o único Deus Todo Poderoso, que nos ama, que quer o melhor para nós e que está no comando do Universo e no comando da vida dos que a Ele se entregam.

Pr. Miguel Horvath

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