Nos dois primeiros capítulos de Jó, tomamos conhecimento de quem era Jó e a sua fidelidade incondicional a Deus. Ficamos sabendo também da reunião nas regiões celestiais em que Deus aceitou o desa­fio em permitir que Jó fosse colocado à prova para demonstrar que, de fato Jó, “era homem íntegro e justo; temente a Deus e que evitava fazer o mal” (Jó 1.1, 6-12). Dos capítulos 3 a 37, temos a terrível enfermidade de Jó e suas palavras, de seus três amigos e de Eliú, em que Jó, sentin­do-se justo diante de Deus, não entendia as razões do seu sofrimento; os seus amigos, acusando-o de pecado e necessidade de arrependi­mento, e Eliú completando os discursos. Deus, pacientemente, aguar­dou que todos falassem e, então, de um redemoinho, respondeu por meio de 66 perguntas em que mostra a total incapacidade humana de entender todos os Seus desígnios – “Quem é este que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (Jó 38.2 e 3). A seguir, lança o desafio a Jó de responder as perguntas que lhe faria.

Deus começou perguntando a Jó “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Conta-me, se tens entendimen­to” (38.4). Com uma série de perguntas, deixou claro a incapaci­dade humana de respondê-las. Este redemoinho de perguntas dos capítulos 38 e 39 serviu tanto para abafar as queixas de Jó, como para realçar a grandeza do Senhor em todo o universo.

Continuando as suas perguntas, o Senhor dirigiu-se a Jó: “Aquele que contesta o Todo-Poderoso poderá corrigi-Lo? Responda a isso quem acusa a Deus”. Diante disso, Jó respondeu ao Senhor: “Eu não sou digno; que te responderia? Pelo contrário, tapo a boca com as mãos. Falei uma vez, mas não repetirei, ou mesmo duas vezes, mas não direi mais nada” (40.1 – 3). Isso indica que as perguntas de Deus surtiram o efeito desejado: Ele parou de reclamar! Depois Deus diz a Jó: “Vais por em dúvida a minha justiça? Vais condenar-me para jus­tificar-te?” (40.8). A seguir, por perguntas, Deus convidou Jó a tomar o Seu lugar por um dia e agir como o justo Deus agiria (40.11 – 14). Somos pecadores e, por isso, nunca saberemos discernir entre o sofrimento merecido e o imerecido. Essas perguntas dos vs. 10 – 11 são o cerne do argumento de Deus: Ele rege todo o universo, os ani­mais e seres humanos e Ele não deve nada a ninguém, nem satisfa­ção de Suas decisões – “Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos. Porque todas as coisas são dele, por Ele e para Ele.” (Romanos 11.33- 36).

Resumindo, Deus é Soberano e amoroso. É necessário que reco­nheçamos, a cada dia, a nossa dependência do Senhor em tudo, confiança plena nele e que, mesmo sem entender, reconheçamos que, em tudo, Ele faz o melhor por nós e para nós.

Pr. Miguel Horvath

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