Continuamos estudando os conselhos dos amigos de Jó. Vimos no último estudo os discursos de Elifaz. A sua visão da santidade divina era correta, bem como da Sua maravilhosa misericórdia, mas partiu da ideia errada de que todo o sofri­mento é por causa do pecado cometido.

Biidade e Zofar, em seus discursos, seguiram a mesma ideia de que todo o sofrimento é causado pelo pecado. É verdade que nós sabemos o que nenhum deles sabia: Jó estava sofrendo para provar que sua integridade e fidelidade a Deus não de­pendiam do usufruto de bens materiais ou de saúde. Era uma fé sincera, leal. Biidade se mostrou impaciente e errado (Jó 8.1 – 22), ainda que tenha acertado em muitos pontos, como a justiça de Deus (8. 3), que todo o pecado é julgado (8. 4) e que Deus aprova a humildade e retidão (8.6 e 7; 21 e 22). Errou ao insinuar que Jó está sofrendo por causa do seu pecado: “se fores puro e reto” (8.6).

Zofar foi além da impaciência com seu julgamento e se mos­trou arrogante, dizendo que Jó era um tagarela, um falador (11.2). Ele sugeriu que Jó merecia um castigo maior do que estava recebendo de Deus. A conclusão de Zofar foi que Jó devia reconhecer que não se pode enganar a Deus (11.11) e se arrepender do pecado que ocasionou todo o seu sofrimento, a fim de ser restaurado (11.13 – 19).

Biidade voltou a falar, esquecido de que fora consolar Jó, e se mostrou ofendido e com palavras acusadoras duras (18.1 – 21). Zofar, por sua vez, em nova fala (22.1 – 28), se mostrou apres­sado em suas conclusões e, ao mesmo tempo, presunçoso em suas acusações (orgulho, opressão aos pobres, roubo dos pobres, cobiça). Na última fala de Biidade, depois de afirmar o grande poder de Deus, disse que o homem, um “verme”, não pode ser justo e puro diante de Deus (25.1 – 6).

Concluindo, temos que aprender, com as tentativas bem in­tencionadas de Biidade e Zofar no trato com Jó e seus sofri­mentos, a compreender a situação dos que sofrem, a amá-los e nos compadecermos de suas mazelas e prepararmo-nos para aconselhar e ajudar melhor os necessitados. Não deve­mos julgar, pois essa não é a nossa missão, mas, sim, ajudá-los com palavras de sabedoria divina.

Pr. Miguel Horvath

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