Os nossos próximos estudos serão baseados nos livros de Esdras e Neemias. Para compreendermos bem esses livros, precisamos localizá-los na História de Israel. Eles foram escritos após o término do cativeiro babilônico.
O cativeiro babilônico veio ao reino do Sul, Judá, pela sua desobediência e infidelidade a Deus. O reino do Norte, Israel, já tinha sido levado cativo pela Assíria, também pelos mesmos motivos. Com o cativeiro, Deus cumpriu o que havia predito em Deuteronômio 25. A felicidade, a prosperidade e as bênçãos divinas estariam garantidas pela obediência aos mandamentos divinos. Com a desobediência e a infidelidade, vieram as advertências e os castigos; e na persistência da infidelidade, veio o cativeiro para o povo entender a necessidade de uma vida de obediência.
O cativeiro babilônico durou 70 anos, como profetizado por Jeremias (II Crônicas 36.21). No cativeiro, o povo de Deus aprendeu que a Palavra do Senhor não falha. Não ouviram, não se arrependeram, continuaram com sua infidelidade e sentiram as durezas do cativeiro, onde foram humilhados, perdendo sua liberdade e nacionalidade (Jeremias 24.4 – 10; Isaías 44.26; Gálatas 6.7). Ninguém escarnece e zomba de Deus sem que sofra as consequências de sua rebeldia. Os sofrimentos do povo eleito, podem acontecer com todos que não querem reconhecer o Senhor como seu Deus e ter uma vida de obediência. Outro benefício do cativeiro babilônico foi a cura da idolatria.
Com Esdras e Neemias, aprendemos também que, apesar da rebeldia do homem, Deus continua amando-o e não se esquece do seu povo. A volta do cativeiro trouxe a restauração do povo eleito, a continuidade histórica do povo descendente de Abraão. Com Esdras, há reordenação do povo de acordo com a lei de Deus, fazendo o assentamento por famílias, vendo a linhagem de cada um (Esdras 8.1 – 21), resolvendo também o problema dos casamentos mistos. Esdras e Neemias levaram o povo à pureza religiosa, lendo a Palavra e a explicando (Neemias 8.2 – 6) e exercitando a prática da oração como maior comunhão com Deus (Esdras 9.1 – 4).
Os dois líderes usados por Deus não se deixaram corromper pelo pecado porque eram servos piedosos do Senhor. É o que Ele espera de cada um de nós.
Pr. Miguel Horvath