O capítulo 2 de Esdras traz a linhagem dos judeus que voltaram a Jerusalém do cativeiro babilônico assim que o rei Ciro da Pérsia decretou o edito da liberação da volta e da ordem de reconstrução do templo (Esdras 1). Esse primeiro retorno foi sob a liderança de Zorobabel, com a finalidade principal de reconstruir o templo de Jerusalém. A volta de um segundo grupo, sob a liderança de Esdras, visava a reconstrução da condição espiritual do povo (Esdras 7 e 8), já no reinado de Artaxerxes.

Na listagem, há 3 grupos: os que podiam provar a sua genealogia (2.2 – 19), os que só lembravam do nome das cidades de onde eram ou das funções que exerciam (2.20 – 58) e os que nem podiam provar a sua genealogia (2.59 – 63). O que isso pode nos sugerir? Que o primeiro grupo mantinha um grau de firmeza e perseverança no Senhor. Mantinha a expectativa de retornar a Jerusalém. Nem a distância, nem o tempo e nem as provações foram capazes de tirar da memória a sua origem e identidade espiritual. Mantivera o seu amor pelo Senhor e a fé nele para o cumprimento de suas promessas. Esse grupo serve de exemplo para nós: diante de qualquer circunstância adversa, temos que manter firme a nossa fé, perseverando no Senhor e sabendo que as suas promessas são infalíveis.

O segundo grupo é dos que não se lembravam dos seus ancestrais, só de alguns fatos, como cidades em que moravam ou o que faziam. Nos anos do cativeiro, negligenciaram os seus deveres para com Deus. A sua fidelidade ao Senhor era parcial. Eles servem de advertência para nós sobre o perigo que a contaminação do mundo pode trazer para a nossa vida espiritual. Não podemos esquecer que estamos no mundo, mas não somos do mundo (João 17.15 – 17). Nada deve nos fazer esquecer de que nós pertencemos ao Reino de Deus e devemos viver como súditos leais.

O terceiro grupo da lista genealógica (2.59 – 63) assinala aqueles que foram rejeitados porque não puderam provar que eram de fato pertencentes às famílias israelitas. Cuidado para saber se, de fato, somos filhos de Deus (João 1.11 – 13). Cuidado para não sermos hipócritas, isto é, parecer que somos cristãos, mas, na realidade, não passamos pelo processo do novo nascimento (João 3).

Finalizamos lembrando que, mesmo membros de uma igreja do Senhor, precisamos ter a certeza do que somos. Consagrados totalmente ao Senhor? Convertidos ao Senhor, mas não tê-Lo como Senhor real de nossa vida? Ou apenas pensamos que somos do Senhor, mas sem uma experiência real de conversão?

Pr. Miguel Horvath

Receive the latest news in your email
Table of content
Related articles