Essa famosa frase do reformado holandês Gisbertus Voetius (1589-1676) resume bem o espírito da Reforma: “igreja reformada está sempre se reformando”. A mudança tencionada pela reforma é andarmos para frente, enquanto andamos para trás. Explico: o que chamo de “andarmos para trás” nada mais é do que a exaltação daquele princípio distintivo, que nos caracteriza enquanto protestantes: “Sola Scriptura”. Assim, estarmos sempre em reforma não significa, por exemplo, adotarmos uma agenda progressista, mas também não significa vestirmos uma “roupa de grife reformada”, à qual não se permite ajustes. Antes, a sempre reforma é um exercício de extrema valorização da Bíblia, de constante retorno às Escrituras, a fim de ler, interpretar e remediar os nossos dias. A Palavra de Deus é soberana e deve sempre ter a última palavra.

Era nessa inspiração que os protestantes fizeram eclodir as reformas. É nessa mesma inspiração que fico aqui me perguntando quantas teses seriam necessárias para discutirmos e reformarmos os escândalos evangélicos na política, a construção de “basílicas evangélicas”, a teologia da prosperidade, o mercado gospel, o liberalismo teológico, a falta de Bíblia nos púlpitos, a falta de amor e doutrina nas igrejas.

Que o Senhor nos proteja por Sua graça e nos encontre sempre fiéis aos seus desígnios! Feliz aniversário a nós, IBVM, e que Deus continue nos usando como uma ferramenta de transformação em nosso país!

Pr. Bruno Ruggeri

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