Referimo-nos à devoção individual, dos filhos de Deus. Devoção particular, à base de salutares hábitos pessoais. Porque devoção é planta que cultiva. E planta das mais delicadas.
A semente é depositada em nosso coração pela graça de Deus; mas, a sua germinação e crescimento requerem cuidados insistentes, amorosos, que correm por conta de cada um de nós.
Sem devoção, o crente jamais poderá extrair ouro – sequer vê-lo – dos filões do Evangelho. Se um leigo tiver nas mãos um cascalho mal saberá descobrir os pontos que denunciam a presença de ouro e de maneira nenhuma calculará as escórias que existem naquele pedaço de terra.
Assim é o crente sem devoção: jamais terá condições de perceber a sua fortuna espiritual, a menos que mude de procedimento. Um pouco de neblina pode esconder uma linda paisagem tanto quanto a cegueira espiritual pode ocultar aos olhos da alma as maravilhosas realidades do invisível.
Mas, como cultivar a devoção particular?
Falamos acima que ela existe à base de salutares métodos pessoais. Referimo-nos a três dispositivos que devem ser acionados e sem os quais não há devoção possível.
Primeiro, a leitura diária, assídua, da Bíblia. Velho e Novo Testamentos. Seguidamente ou por livros, ou por capítulos, o processo didático que acharmos melhor. É através da Bíblia que Deus mais comumente nos fala. Segundo, a oração, que é como falamos com Deus. Sempre de acordo com o Senhor. Terceiro, participação ativa nos trabalhos da igreja, assistindo aos cultos, inclusive o das quartas-feiras, e cooperando com todas as atividades do povo de Deus, seja na Escola Bíblica Dominical, seja nas demais organizações internas em que a nossa presença for útil. Sem esquecer a contribuição pontual do dízimo.
São três operações imprescindíveis na vida do crente espiritual. Cancelá-las ou mudá-las é ficar no chão, sem galgar a escada da santificação. É ter uma vida cristã rasteira, sem horizontes. E é correr o risco de sermos pisados pelos homens, como disse Jesus a respeito do sal que se tornou insípido. Triste vida!