No Velho Testamento, temos um exemplo notável de como a ami­zade torna os amigos mais íntimos: Jônatas e Davi (1 Samuel 18.1, 3, 4). Essa amizade, que surgiu depois da vitória histórica de Davi sobre Golias, foi sendo desenvolvido à medida que iam se conhe­cendo. Hoje, temos os amigos virtuais. O que sabemos desses amigos? Pouca coisa. Na maioria das vezes, só vemos o desejo de auto promoção, de demonstração de algo que está se fazendo, etc. Falta o principal: o conhecimento real de quem cada um é. A amizade verdadeira vem pelo convívio e conhecimento. No caso de Jônatas e Davi, a amizade começou após a conversa de Davi com Saul. Foi o primeiro passo de uma longa caminhada, em que vimos a lealdade verdadeira, pelo conhecimento mútuo de quem eram e como eram.

Jônatas expressou sua amizade com Davi por meio de um gesto simbólico significativo: a doação de sua capa, sua espada e seu arco. Certamente, essa capa era uma distinção como membro da família real. Com isso, Jônatas deu para Davi um importante símbolo de sua identidade e posição. Isso demonstra sua disponibilidade para aquela amizade. Com isso, também fez com que Davi soubesse o quanto valorizava sua amizade.

A confiança de Jonatas em Davi foi uma escolha. Ele a fez volun­tariamente e sem interesse pessoal. Buscava tão somente a ami­zade. Ele e o pai tinham maneiras diferentes de relacionar-se com Davi. Para Saul, Jônatas estava sendo tolo, pois estaria em jogo o seu futuro como rei (1 Samuel 20.31). Para Saul, Davi só era útil en­quanto pudesse usufruir de benefícios dele.

Jônatas mostrou a Davi de que era confiável. A confiança deve ser uma via de mão dupla, com reciprocidade. Davi também confiou em Jônatas, mesmo sabendo que Saul planejava matá-lo. Jônatas, se não fosse sua lealdade, facilmente poderia trair Davi, entregan­do-o a seu pai.

Tomando o exemplo da amizade entre Davi e Jônatas, podemos desen­volver relacionamentos íntimos decidindo confiar. Não podemos tomar essa decisão de forma cega ou ingênua. Precisamos tomar decisões sábias sobre com quem nos relacionamos de maneira íntima.

Todos precisamos de amigos. Já temos um com quem podemos e nos relacionar intimamente. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos, por isso, para tê-LO como amigo íntimo, não podemos esconder nada dele. Mas também é bom e necessário cultivarmos amizades verdadeira, em que confiamos na lealdade e revelamos o que realmente somos.

Pr. Miguel Horvath

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