O que é necessário para que vençamos a culpa e os seus sentimentos? O primeiro passo, sem dúvida, é o reconhecimento da falta, do erro ou do pecado. Há vários tipos de culpa, que podem ser sintetizados em duas categorias fundamentais: culpa objetiva (quando uma lei é quebrada e o transgressor é culpado) e a culpa subjetiva (quando há um sentimento de pesar, remorso, vergonha, autocondenação quando se faz ou se pensa que é errado; ou quando se deixa de fazer algo que se poderia ter feito). Sem entrar em detalhes das subdivisões dos vários tipos de culpa, podemos ter a certeza de que Deus pode usar qualquer um dos tipos de culpa para nos levar ao arrependimento e às mudanças necessárias, uma vez que o amor e “bondade de Deus é que nos conduz ao arrependimento (Romanos 2.4)”. As pessoas sentem-se culpadas por várias razões. Os conceitos individuais de certo ou errado, de bom ou mau, geralmente são formados na infância de acordo com os padrões que os pais os transmitem. Se esses padrões forem rígidos demais ou inatingíveis, podem gerar o sentimento de culpa. A culpa e os sentimentos de culpa entraram na História da Humanidade a partir do pecado original (desobediência de Adão e Eva), como relatado em Gênesis 3. É exatamente a culpa e o seus sentimentos que são alvos da ação do Espírito Santo para convencer o homem do seu pecado. (João 16.8 – 11). A culpa pode trazer várias consequências. Por exemplo, infringir a lei pode levar à prisão e condenação. A culpa pessoal leva, muitas vezes, à autocrítica e à autocondenação, sem haver o arrependimento. Deus, no entanto, não abandonou o homem após a queda. Ele providenciou um meio para livrar o homem da culpa e do próprio pecado, falta ou erro. A sua graça misericordiosa dá ao homem a oportunidade de reconhecer o seu pecado, arrepender-se e livrar-se do pecado – “se confessar os seus pecados, Ele é fiel e justo para purificá-lo de toda a injustiça” (I João 1.9). Nem todos os sentimentos de culpa são ruins, pois eles podem nos levar a confessar o pecado, ter o perdão e a agir, depois, de modo diferente. Os sentimentos de culpa tornam-se nocivos quando perduram sob a forma de influências paralisantes. São esses que precisamos evitar e eliminar. Nenhum de nós chegará à perfeição neste mundo, mas devemos agir como o apóstolo Paulo ensina, em Filipenses 3.12 – 16, reconhecer as faltas, arrepender-se, confessar a Deus, deixando que as experiências negativas do passado, sirvam de fortaleza para a vitória. Todos pecamos ainda, mas a graça de Deus em Cristo está ao nosso dispor para que alcancemos a vitória.

Pr. Miguel Horvath

Receive the latest news in your email
Table of content
Related articles