O rei Acabe e Jezabel formavam um casal de história lamentável, tanto pelos pecados que cometeram como pelo mal que fizeram para o povo de Israel. Pela narrativa do capítulo 21 de I Reis, nós ficamos conhecendo melhor o coração de Acabe. Sabemos que no coração é que são definidas as atitudes. “Do coração procedem os maus pensamentos, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” – Mateus 15.19. Por isso, “Sobretudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.” – Provérbios 4. 23
Os desejos do coração podem se tornar fonte de pecado e crueldade. Os desejos demonstram a nossa escala de valores e a nossa proximidade ou distância de Deus. Por isso, devemos ter cuidado constante com o que desejamos, avaliando e trabalhando para que o nosso desejo se aproxime mais e mais da vontade de Deus. Tiago nos ensina que, muitas vezes, “pedimos mal, para satisfazer os nossos deleites” (Tiago 4. 3). Precisamos aprender a sintonizar a nossa vontade à de Deus.
Quais as situações em que os nossos desejos estão em desacordo com o coração de Deus?
1º) Quando temos muito, mas não estamos satisfeitos: O rei Acabe tinha muitas e boas propriedades, mas desejava a de Nabote. Na realidade, era um desejo para satisfazer o seu deleite. Nabote, fiel aos princípios de Deus, não era obrigado a vender ou trocar sua propriedade por outra.
2º) Quando os nossos desejos são maiores do que os princípios bíblicos: A Lei estabelecia que cada um mantivesse a sua propriedade e a deixasse para a sua descendência. Isso não importava ao rei Acabe.
3º) Quando os nossos desejos passam a dominar de um modo absoluto: O desejo de possuir a propriedade de Nabote foi tão forte que, desgostoso. Acabe deitou-se e não quis comer. Deus, no passado, advertira a Caim que “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” – Gênesis 4.7.
Nossos desejos podem ser usados pelo inimigo. Cuidado para não sermos iludidos por Satanás. Tiago 1. 13 – 15 nos ensina que a cobiça do coração humano é um ninho confortável para a geração do pecado e da morte. No caso de Acabe, sua esposa Jezabel, uma mulher maligna e perigosa, foi o instrumento usado para convencê-lo de que era possível ter a propriedade cobiçada. Ela fez uma ação aparentemente legal: usando a religiosidade, o apoio do povo e a mentira, além de maquinação e engano de toda a sorte.
Assim que a família de Nabote foi morta pela astúcia de Jezabel, Acabe, informado disto, foi tomar posse da propriedade para usufruir dela. Ele pensava que tudo estava encoberto. Mas ninguém e nenhuma ação escapam aos olhos de Deus. A repreensão e o castigo divino vieram por meio do profeta Elias. No entanto, notamos que o Senhor é misericordioso. Com o arrependimento do rei Acabe, o castigo foi postergado. Deus não tolera o pecado, mas sempre deseja a restauração e a mudança de atitude do pecador.
Concluímos alertando-nos dos perigos dos desejos do coração. Só uma vida fiel aos ensinos do Senhor e que busca estar sempre em comunhão com Ele pode, com o poder do Espírito Santo que habita no coração dos salvos, vencer os desejos fúteis e maus.
Pr. Miguel Horvath