Deus não quer que sejamos qualquer tipo de cristão. Ele não quer cristãos de tempo parcial. Ele quer pessoas que dediquem tempo integral a ele. Vejamos o que diz o Evangelho de João 12.25 e 26: “Quem ama sua vida neste mundo a perderá. Quem odeia sua vida neste mundo a conservará por toda a eternidade. Se alguém quer ser meu discípulo, siga-me, pois meus servos devem estar onde eu estou. E o Pai honrará quem me servir.”

Esse texto traz um paradoxo: é preciso morrer para poder viver. Isso significa que quem insiste em continuar vivo, certamente morrerá; ao passo que quem decide morrer, certamente viverá. Isso fica mais claro e evidente se lermos passagens paralelas, nos outros Evangelhos (Mateus 10.37-39; 16.24-26; Marcos 8.34-38; Lucas 9.23-26).

O ensino de Jesus é para que seus seguidores crucifiquem, diariamente, os interesses próprios. Ou seja, quando o Mestre diz para, diariamente, tomarmos a cruz, Ele está falando a respeito de pagar o preço necessário, a cada dia, para nos mantermos firmes ao Seu lado, firmes na verdade, firmes no que é correto.

Então, o que é a cruz? A cruz não é um peso que se tem que suportar, como, por exemplo, o marido ou a esposa incompreensível, o salário baixo, um colega de trabalho maldoso, um chefe complicado, etc. Na Roma antiga, a cruz era um instrumento de morte, e só aquele que ia morrer é que a carregava. A punição não consistia em carregar a cruz, mas, sim, em morrer. Assim, para nós, a cruz significa a morte diária com relação aos desejos próprios.

Pense comigo, quais são as oportunidades que você tem, hoje, de negar a si mesmo a fim de exaltar o nome do Senhor? O que isto pode custar para você? Isto é carregar a cruz: abrir mão dos interesses próprios em benefício dos interesses de Cristo. Em outros termos, Jesus está dizendo: “Se alguém se considera meu servo, abra mão de si mesmo e me siga por inteiro”.

O verdadeiro servo de Cristo entrega-se a Ele por inteiro. Deus quer de nós uma entrega total a Ele! Não basta servir a Cristo nas horas vagas, como o faz um prestador de serviços autônomo. Cristo não quer trabalhadores que lhe prestem serviços esporádicos (uma boa ação aqui, outra acolá, participar de um culto, cantar num grupo musical). Ele não quer cristãos que o sirvam nas horas vagas: ele quer cristãos de tempo integral, que o sirvam 24 horas por dia!

A implicação disso é que a vida que temos não nos pertence! Pelo contrário. Nossa vida tem um dono, tem um senhor, e o nome dele é Jesus Cristo. O seguidor de Jesus, pelo fato de ter aceitado o seu senhorio, passa a considerar a causa do Reino superior à sua própria. Considera a causa de Cristo superior à sua própria felicidade, sua conveniência, seu conforto e, até mesmo, superior à sua existência.

É possível que alguém se pergunte se vale a pena abrir mão do controle da própria vida e entregá-lo a Jesus. A resposta do Salvador é “Aquele que me servir, meu pai o honrará”. Se alguém serve a Cristo e o segue por inteiro, embora seja um caminho de autonegação e cruz, o resultado final é recompensa e glória. Deve-se, pois, seguir a Jesus por inteiro, tendo em mente que o caminho da cruz leva à coroa.

Entregar este controle ao Senhor é só para quem tem coragem! É pura adrenalina! Mas, segundo Jesus, não devemos ter medo: podemos arriscar, apostar a vida inteira! Servir a Ele é um caminho de autonegação; porém, é um caminho que leva à recompensa.

Pr. Adarlei Martins

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