“Porque estamos aqui apenas por um momento. Somos peregrinos na terra, como nossos pais foram antes de nós. Nossos dias na terra são como sombras, passam tão depressa e não há permanência”
Se o isolamento social imposto para impedir o avanço da Covid-19 traz algumas dificuldades, por outro lado, traz também alguns benefícios. É uma parada forçada pelas circunstâncias do momento. Entre os benefícios está o de resgatar alguns valores esquecidos ou mesmo perdidos: uso certo do nosso tempo (para cada momento: Eclesiastes 3.1 – 11); a preciosidade da família na vida de cada um de nós; a necessidade de um porto seguro em nossa vida (Deus que nos criou, nos sustenta e tem todas as provisões e soluções para a vida de cada um de nós – Isaías 43.1 – 5, 11 – 13; Jeremias 29.11; II Crônicas 7.14), o reconhecimento da impotência humana (Isaías 40.17 – 18; 43.13); a nossa dependência de Deus (quer reconheçamos ou não); e o reconhecimento da vida temporária do ser humano (I Crônicas 29.15; Hebreus 11.13 – 16; II Coríntios 5.2; I Pedro 1.17).
Na meditação de hoje, desejamos resgatar a verdade de que a nossa vida aqui na Terra é passageira. Essa parada forçada demonstrou a realidade das limitações humanas. Nós vivemos numa sociedade cujo foco principal gira em torno do homem. É a volta do “homocentrismo”. O certo é o “teocentrismo” ou “cristocentrismo”. O homem passou a se valorizar acima da realidade. Reconhecemos o valor do homem como a obra prima da criação, quando ele vive de acordo com os preceitos estabelecidos por Deus.
Nós não fomos criados para ter corpos mortais, mas a desobediência a Deus fez não só a separação entre o homem e Deus, mas também trouxe a realidade de que este corpo, depois de alcançar o apogeu do seu desenvolvimento, começa a se degenerar até a morte. Na teoria, todos sabemos que um dia morreremos, se Cristo não voltar em nossos dias terrenos (I Coríntios 15.51 – 55), mas fazemos planos e vivemos como se a vida terrena fosse eterna.
Inúmeros textos bíblicos mostram a fugacidade da vida (José 23.14a; I Reis 2.2; Jó 7.1, 16; 8.9; 14.1 – 2; Salmos 90.4 – 10;). Mas, apesar disso, nossos planos são feitos esquecidos dessa realidade. Esquecemos que, se a vida é passageira, precisamos escolher certo as nossas prioridades. De um modo geral as nossas prioridades são relacionadas com a vida material pelo fato de termos um corpo físico e vivermos num mundo terreno material. Pode parecer que as coisas do presente são mais urgentes e necessárias. Não negamos a existência dessas realidades, mas, a qualquer instante, Deus pode nos trazer a morte. Por isso, se ainda não reconhecemos Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, agora, a prioridade deve ser essa. Se estamos em falta com Deus por qualquer motivo, a prioridade deve ser sanar essa falta antes de qualquer outra coisa.
Reconhecendo a transitoriedade de nossa vida, precisamos viver e fazer tudo dando o primeiro lugar ao Senhor e com Ele buscarmos a direção para todos os passos da nossa vida, pedindo-Lhe como Moisés fez: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios” (Salmos 90.12) .
Pr. Miguel Horvath