Na semana passada, falamos sobre a pecabilidade dos crentes em Cristo Jesus. Vimos que todos os homens são pecadores (Romanos 3.23; II Crônicas 6.36; Salmos 51.5). Vimos também que o único meio do homem pecador ser salvo é através do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário (I Timóteo 2.5; Atos 4.12; João 3.16). O homem pecador salvo por Cristo recebe uma nova natureza, a espiritual (João 3.1 – 7). A partir desse instante, Deus lhe concede a bênção de ser considerado justo pelos méritos da obra de Cristo em sua vida, começando uma nova vida; “as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5.17 – 21). Passa a ser filho de Deus (João 1.12 e 13) e deve buscar uma vida de santidade, separando-se de tudo que é pecaminoso (por isso, a Bíblia chama os salvos por Cristo de santos; lembrando que santo não significa perfeito, mas separado do mundo e dedicado a Deus).

Vimos também que, apesar de ser salvo, o crente ainda não está imune de pecar. Ele não vive num estado permanente de pecado, mas comete atos de pecado por causa da sua natureza carnal, que recebeu ao ser gerado pelos seus pais e que o acompanhará até o final da sua vida terrestre. É a exclamação de Paulo (“Miserável homem que sou” – Romanos 7.24), após mostrar que, apesar de sempre desejar fazer o bem, acaba fazendo o mal. Reconhece também, que apesar disso, pode render graças a Deus pela vitória que está ao seu alcance por meio de Jesus Cristo.

Antes de analisar como podemos alcançar a vitória sobre a natureza carnal, é necessário reconhecer que este mundo tem um príncipe, Satanás (João 12.31, 14.30, 16.11; Efésios 2.2). Ele, após a rebelião contra Deus (Isaías 14.12 – 15; Ezequiel 28.13 – 17; Apocalipse 12.7 – 9), foi expulso do céu e condenado ao inferno criado para ele e para os anjos rebeldes que o acompanharam (Mateus 25.41). A partir da escolha infeliz e desastrada de Adão e Eva em ouvir a voz de Satanás e não a ordem de Deus, ele passou a agir como o príncipe deste mundo. A sociedade é dominada por ele e seus anjos. É por isso que a Bíblia insiste na necessidade de não amarmos e nem nos amoldarmos ao mundo (João 2.14 – 17; Romanos 12.2). Jesus deixou bem claro que nós estamos neste mundo, mas já não pertencemos a este mundo (João 17.14 e 15).

Mesmo sabendo que o mundo jaz no Maligno (I João 5.19), o crente nem sempre avalia corretamente a ação de Satanás neste mundo e, por isso, acaba, muitas vezes, sendo seduzido pelas suas astúcias malignas e, consequentemente, sendo induzido ao pecado. O salvo por Cristo deve saber que o Maligno não pode lhe tocar (I João 5.18), mas deve também considerar que o Maligno e seus anjos são seres inteligentes, astutos e andam em redor do crente, como um leão com o único propósito de levá-lo a pecar (I Pedro 5.8 – 9; Tiago 4.7). O crente precisa ter muito cuidado com as astúcias satânicas porque ele pode se disfarçar até como anjo de luz para enganar os incautos (II Coríntios 11.14 e 15; I João 4.1).

Diante de tudo isto, como vencer o pecado e buscar a santidade em nossa vida no meio de uma sociedade corrompida e depravada? O apostolo Paulo apresenta uma síntese do caminho da vitória no capítulo 3.1 – 17 de Colossenses: buscar as coisas que são de cima; pensar nas coisas de cima; estar morto para o mundo; exterminar as inclinações carnais; despojar-se do velho com tudo que ele é e representa; revestir-nos de um coração passivo, perdoador, amoroso; deixar a Palavra de Deus habitar ricamente em nós, e tudo que fizermos, devemos fazê-lo para a honra e glória de Deus.

Concluindo: ainda que tenhamos em nós uma natureza carnal que busca a satisfação dos seus desejos e um inimigo astuto que, anda ao redor de nós, querendo levar-nos à satisfação dos desejos carnais, temos uma natureza espiritual gerada pelo Espírito Santo, que habita em nós, que precisa ser, cada vez mais, fortalecida. Os alimentos fundamentais para este fortalecimento são: a oração e a Palavra de Deus. Precisamos orar sem cessar (I Tessalonicenses 5. 17), nos submetendo, inteiramente, a Deus e ler a Bíblia, meditar e digerir os seus ensinos, diariamente.

Pr. Miguel Horvath

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