Na linguagem bíblica, numa das classificações, os homens podem ser naturais ou espirituais (I Coríntios 2.14 – 16). O homem natural é aquele que não teve um segundo nascimento (no Espírito, João 3.6 e 7), isto é, o não regenerado por Cristo. O homem espiritual é aquele que passou pela experiência do novo nascimento, é o cristão de fato (que creu verdadeiramente e teve sua vida transformada pela ação do Espírito Santo). O homem natural só tem uma natureza, a carnal; o espiritual tem duas naturezas: a carnal e a espiritual. O homem espiritual, por sua vez, pode ser crente carnal ou espiritual (I Coríntios 3.1 – 3). O crente carnal é aquele que não busca a santificação, e o espiritual é o que, pelo processo da santificação, vai vencendo a sua natureza carnal, tendo como alvo de perfeição o Senhor Jesus Cristo.
No estudo passado, vimos a luta entre as naturezas carnal e espiritual. Aprendemos que a vitória depende de quem é o guia da nossa vida. Se formos guiados pelo Espírito, nunca procuraremos satisfazer os desejos da carne (Gálatas 5.16), mas buscaremos, em nossa vida, o fruto do Espírito (Gálatas 5.22 e 23). A marca notória do caráter do cristão é o fruto do Espírito evidente através de nossa vida cotidiana.
Quando nos submetemos plenamente ao domínio do Espírito Santo, as evidências externas do nosso caráter são notórias. Em nossa vida diária, em qualquer lugar e circunstância, os homens poderão ver o fruto do Espírito Santo. As nossas ações e reações devem demostrar amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e o auto domínio. Num mundo em que predomina o egoísmo, o rancor, a inquietude, a impaciência, a falta de perdão, a maldade, a hipocrisia, a arrogância e a impulsividade, as marcas do caráter do cristão devem causar impacto na vida dos que o rodeiam. As nossas ações e reações, pelo fato de andarmos pelo Espírito, devem fazer a diferença.
Só poderemos andar pelo Espírito se crucificarmos a “carne”, isto é, os maus impulsos e apetites (paixões e concupiscências). Cada um de nós tem a sua vontade própria, mas quando recebemos a Cristo como Salvador e Senhor de nossa vida, tudo deve ser lançado ao pé da cruz: “Os que são de Cristo crucificaram a carne juntamente com suas paixões e desejos” (Galatas 5.24). A santidade deve ser a marca do caráter cristão.
Pr. Miguel Horvath