O ser humano, normalmente, tem bastante dificuldade de perceber e reconhecer seus limites. Embora não costume dizer isso na teoria, tende, na prática, a se comportar como autossuficiente e superior aos outros, além de camuflar, ao máximo, as necessidades pessoais.

Se o reconhecimento da dependência de outro ser humano já é difícil, muito mais ainda é se enxergar dependente de Deus. Ora, é comum pessoas buscarem a Deus somente nas horas difíceis, quando todas as forças e recursos se esvaíram e se encontram em um beco sem saída. No dia a dia da vida, se esquecem dEle, pois parecem poder dar conta das demandas sozinhas, usando sua inteligência, dinheiro, beleza física, fama ou quaisquer outros recursos dos quais entendem ser as donas e ter todo o domínio. Na melhor das hipóteses, Deus é visto apenas como uma espécie de gênio da lâmpada, para ser usado em ocasiões raras e para pedidos muito especiais.

Essa é a situação da humanidade, imersa em um poço de orgulho e cegueira espiritual. Diante desse quadro, o presente isolamento social que grande parte da população mundial está sendo obrigada a encarar por conta dos perigos e ameaças do Corona Vírus, somos convidados pelas circunstâncias a parar tudo, olhar para dentro de nós mesmos e refletir sobre quem verdadeiramente somos, quais são nossos limites e em quem devemos, realmente, confiar. O momento se constitui como oportunidade de repensar conceitos e estabelecer um novo estilo de vida, mais centrado e dependente de Deus e dos outros. Cada ser humano é desafiado a sair de si, habitar na dor do outro, reconhecer sua pequenez e dependência, se curvando diante do Soberano Criador.

Que pela graça, a humanidade possa aproveitar a oportunidade para ouvir a voz de Deus em alto e bom som, convidando para um modelo de vida e de sociedade menos egoísta e mais sensível a Ele e Sua Palavra! (Tito 2.11-14).

Pr. Adarlei Martins

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