“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” Mateus 24.35; Marcos 13.31
O contexto desse versículo está relacionado a uma afirmação de Jesus aos seus discípulos, que, após a saída do templo, chamaram a atenção do Senhor para a beleza dos edifícios do Templo de Jerusalém. A resposta de Jesus foi que tudo aquilo seria destruído, não ficando pedra sobre pedra. Quando chegaram ao monte das Oliveiras, os discípulos perguntaram a Jesus: “Dize-nos quando estas coisas acontecerão e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mateus 24.3). Essa pergunta deu oportunidade ao Senhor para profetizar sobre os acontecimentos que deveriam ocorrer com relação à destruição de Jerusalém e sobre os que precederiam a sua volta visível a este mundo.
A primeira parte de sua profecia cumpriu-se ainda nos dias apostólicos, a destruição de Jerusalém e do seu templo. Isso ocorreu no ano 70 da era cristã, cerca de 40 anos após a profecia feita por Jesus. O Novo Testamento não traz a narração desta destruição, mas a História revela como tudo aconteceu e o grande sofrimento e mortandade dos judeus naquela ocasião. Flávio Josefo (nasceu em Jerusalém, no ano 37 A.D., e morreu em Roma, em 100 A.D.), um historiador judeu, fez relatos impressionantes da crueldade que houve quando os romanos tomaram e destruíram Jerusalém. O que parecia inacreditável aos olhos dos apóstolos e dos judeus aconteceu. Os judeus foram espalhados por quase todas as nações do mundo, sem terem uma nação por quase 19 séculos. Só vieram a ser reconhecidos como uma nação em 1948, tendo apenas uma parte do seu antigo território. Numa resolução histórica da ONU, lhes foi dado o direito de voltarem a ser uma nação reconhecida por todos. Em toda a História humana, nenhum povo que perdeu o seu território conseguiu sobreviver como nação. É outro cumprimento das profecias bíblicas.
As outras profecias de Jesus estão sendo cumpridas no decorrer do tempo, e todas serão cumpridas porque “estes céus e esta terra passarão, mas as palavras do Senhor serão cumpridas”. Os sinais que Ele apresentou estão aparecendo. Como Jesus mesmo disse, não podemos estabelecer data, dia e hora de quando soará a última trombeta anunciando o cumprimento de todas as coisas. Essa data, só Deus sabe. Será como aconteceu no passado, quando tudo corria normalmente na vida humana antes do dilúvio, até que chegou a hora de Deus pedir a Noé para entrar na arca, pois Ele destruiria toda a humanidade por meio das águas. No tempo certo, na plenitude dos tempos, Deus cumpriu a primeira promessa feita após o pecado de Adão e Eva, enviando Jesus Cristo para trazer a salvação dos homens (Gálatas 4.4).
Vivemos dias difíceis e angustiosos, mas podemos ter a certeza de que as palavras anunciadas pelo nosso Deus serão cumpridas. Deus é o Senhor da História. Nada acontece sem a sua vontade plena ou permissiva. Se o Senhor só usasse sua vontade plena, os homens não teriam o seu livre arbítrio; seriam como robôs que só fazem aquilo para que estão programados. Quando Deus dotou o homem do livre arbítrio, fê-lo também responsável por todas as suas decisões e ações. O Senhor, na Sua soberania, estabeleceu limites de até onde o homem pode ir. Deus usa tanto os acertos quanto os desacertos humanos para que os Seus propósitos sejam cumpridos.
Apenas dois exemplos para entendermos melhor. O caso de José no Egito e Jesus Cristo em sua missão terrena. José precisou ser vendido pela maldade de seus irmãos e teve que sofrer a prisão para, finalmente, no tempo de Deus, ser o governador do Egito e, consequentemente, trazer a preservação de sua família, futura nação de Israel. Jesus Cristo, para resgatar os homens do seu estado de perdição, teve que esvaziar-se a si mesmo, assumir a forma humana, ser hostilizado e humilhado. Após a decisão errada e desastrosa de Adão e Eva, Deus fez a primeira promessa de salvação, de que traria, por meio da descendência de Eva, o Salvador (Gênesis 3.15). Quase três milênios se passaram, mas, na plenitude dos tempos, cumpriu a sua promessa por meio do Seu Filho Unigênito (Gálatas 4.4)
Vivemos dias difíceis e há previsão de maiores lutas e sofrimentos, ainda que nem sempre entendamos tudo, mas tudo o que está profetizado será cumprido. Porém, temos a certeza de que Deus nos ama e deseja o melhor para a vida de cada um de nós, pois sabemos que: “Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que O amam, dos que são chamados segundo o seu propósito”. E ainda mais: “Portanto, que podemos dizer diante destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós!” (Romanos 8.28; 31).
Deus é fiel. Ele não muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Tudo que está escrito terá o seu cumprimento. Mas cuidado com os falsos mestre, falsos profetas, pois isso também está previsto, como já tem acontecido e continuará a acontecer até a volta do Senhor. Cuidado com a “falsa ciência”. No mesmo sermão, Jesus alertou-nos sobre a necessidade da vigilância e de estarmos preparados para a volta do Senhor.
Pr. Miguel Horvath